sexta-feira, 29 de abril de 2011

1 ano de Brega Naite


Lembro que em meados da década de 2000, o brega em Pernambuco mantinha-se como cultura do povão e não era aceito pela classe média. Sempre visto com maus olhos, devido ao duplo sentido nas letras, as performances e figurinos cafonas. O que ajudou a disseminar o ritmo foram os programas de auditório, exibidos nas TVs locais. Quem não lembra do Programa do Flávio Barra? Eu adorava.

Como tudo na vida tem seus auges e decadências, com o brega não foi diferente. Após os escândalos
envolvendo o apresentador Denny Oliveira, uma série de programas que divulgavam o brega foram desaparecendo da TV, e o ritmo foi perdendo visibilidade, restando apenas as rádios e os “pirateiros” (vendedores de CDs piratas) como canais de divulgação. 

Eu sempre gostei de brega e achava muito divertido, tudo culpa da Luzinete, minha ex-diarista que vivia ouvindo lá em casa, durante seu expediente. Brincava muito com ela, pedindo que me levasse nesses bailes de brega que ela tanto comentava. O tempo passou, o brega decaiu, e eu acabei abandonando esse plano. Até que em 2010 o Coletivo Golarrolê veio com a digníssima e despretensiosa ideia de fazer uma festa brega, "tirando uma onda" com aquelas músicas que foram sucesso naquela época e que a classe média não reconhecia como cultura, mas mesmo assim sabia cantar nem que fosse um pedacinho do refrão, pois a letra do brega é muito fácil, grudenta e tocava em todo lugar, ou seja, era como se fosse um viral nos dias de hoje.

Pois bem, eu volto ao Recife (depois de um tempo fora) e duas semanas depois fico sabendo que existia essa festa babado, onde ia uma SRA. GALERA, gente bonita e era tudo de bom. Fiquei de cara, né? Não hesitei e fui na primeira oportunidade de Brega Naite da minha vida. Nessa noite quem comandou a festa foi a Michele Melo (que é considerada a deusa do brega em Recife) e me entreguei definitivamente ao ritmo caliente. Desde então, não perdi uma edição e aprontava lindamente nas festinhas, porque eu nunca fui obrigado...

A festa fará aniversário no próximo final de semana e eu me sinto muito honrado de ter feito parte desse um ano responsável pela inserção do brega no gosto musical de quem se dizia cool, alternativo e descolado até então. Hoje você vai pra um brega e encontra desde o cafuçú até a patricinha no seu salto e carro blindado. Ou seja, o brega tornou-se a cara de Pernambuco assim como o Funk é a cara do Rio de Janeiro, sem preconceito de classes! Todo mundo gosta, canta e rala até o chão, sem vergonha e medo de críticas. Isso a gente enxerga claramente na cara de felicidade das pessoas protagonizam o teaser produzido pela galera do Coletivo. É muita gente linda, rebolativa e sensual, que você só encontra em Pernambuco. O vídeo tá lindo, e super cativante. Ah, e só pra deixar claro que eu não estou ganhando nada por esse post! É só uma forma de agradecer quem me proporcionou momentos bafônicos de muita diversão e siquerência em 2010! Beijos pra todo mundo que faz o Golarrolê, e pra Allana Marques (que é uma lindeza de pessoa). Enquanto isso eu vou ficar por aqui, me matando de vontade de ir nessa festa.

Confiram agora esse teaser que o pessoal do coletivo preparou pra divulgar o aniversário. Eu achei PERFEITO. Até apareci no video (bem rápido no 0:41 min), lembro como se fosse hoje desse ultimo brega que rolou lá no Clube Atlântico de Olinda, foi LINDO! 




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